sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

BOA ATIVIDADE DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA COMPARTILHAR


Muito me satisfiz com o resultado desta atividade da disciplina Língua Portuguesa, e por isto resolvi compartilhar com você. Perceba se há coesão e coerência. Abraço.

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM 

Leia o poema a seguir e produza um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema aprendizado na perspectiva que o autor está tratando no mencionado texto. 

Eu aprendi...
...que ignorar os fatos não os altera;
Eu aprendi...
...que quando você planeja se nivelar com alguém, apenas esta permitindo
que essa pessoa continue a magoar você;
Eu aprendi...
...que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;
Eu aprendi...
...que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;
Eu aprendi...
...que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;
Eu aprendi...
...que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que
você perdeu.
Eu aprendi...
...que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em
outro lugar;
Eu aprendi...
...que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que
fazer a respeito;
Eu aprendi...
...que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e
crescimento ocorre quando você esta escalando-a;
Eu aprendi...
...que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.

William Shakespeare


RESPOSTA:

EXPERIÊNCIA DE VIDA

Ao exaltar sua experiência de vida, o autor chama à atenção para uma reflexão, citando alguns fatos que veem comprovar tal firmeza da expressão "Eu aprendi...". Notadamente, percebe-se a disposição ao bom senso e valorização do caráter pessoal.
Começa com o reconhecimento da necessidade de transformar a realidade, visando uma conscientização mútua de unidade por parte da coletividade. Faz alusão ao amor, quando, no íntimo do seu ser, entende que para viver é preciso amar. Ele mesmo aceita que o amor seja cego, contudo, necessário para ser feliz. Que a vida é creia de dificuldades e devemos superar todas elas com coragem, não se conformando com derrotas, mas agarrando todas as chances de ser bem sucedido.
Assim, fica inviável a não aceitação deste legado, perante todos os   citados. Entendemos, consequentemente, que: quem vive mais, sabe, quem aprende mais, ensina.

SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO

Este trabalho faz uma breve viagem pelas três correntes do pensamento ocidental que mais influenciaram a sociologia, expressas através dos estudos e análises de Émille DurkheimKarl Marx e Max Weber. Pretende apresentar um panorama geral da forma como esses três teóricos interpretam a sociedade capitalista e sua visão da educação e da instituição escolar.

ÉMILE DURKHEIM E A REAFIRMAÇÃO DO CAPITALISMO

Durkheim bebeu fartamente na fonte positivista. Seus estudos vão ter “como foco principal descobrir as leis de funcionamento da sociedade” (Figueiró, 2001:36). Para ele, descobrir as leis gerais da sociedade tinha como objetivo ajudar a ordenar as relações sociais. Portanto, o pensamento de Durkheim é um pensamento de reafirmação do capitalismo como ordem natural e conseqüente evolução da humanidade. Durkheim pode ser considerado um dos maiores teóricos do capitalismo no campo da sociologia. 
Como positivista, Durkheim concordava que a sociedade era um corpo orgânico. Mas acrescentou algo novo ao conceito de sociedade. Concluiu que ela cria uma imagem de si mesma. Ao construir valores, regras e formas de pensar e agir coletivos, homens e mulheres enquanto grupo orgânico, enquanto sociedade, criam o que Durkheim chama de representações coletivas.
As representações coletivas então, são exteriores ao indivíduo. As pessoas se adequam a esse conjunto de normas e valores. A sociedade passa a se impor, já que tais normas e valores já estavam dados anteriormente e os indivíduos precisam se adaptar a eles. Durkheim argumenta que:

“o devoto, ao nascer, encontra prontas as crenças e as práticas da vida religiosa, existindo antes dele, é porque existem foram dele. O sistema de sinais de que me sirvo para exprimir pensamentos, o sistema de moedas que emprego para pagar dívidas, os instrumentos de crédito que utilizo nas minhas relações comerciais, as práticas seguidas na profissão, etc. funcionam independente do uso que delas faço” (Durkheim apud Canella, 2001:59).

Durkheim era filho legítimo do capitalismo que agora se consolidava. Acreditava na coesão social e na manutenção da ordem para que o progresso da sociedade pudesse ter lugar. Visto por um outro ângulo: para a ordem e o progresso seria necessária uma coesão social. Este consenso social permitiria a harmonia da sociedade.
Para Durkheim, um dos princípios da vida social é a solidariedade. Em sua interpretação, as sociedades pré-capitalistas tinham o que ele chamava de solidariedade mecânica, que pode ser traduzida da seguinte maneira:

“(...) consciência coletiva forte, típica de sociedades pré-capitalistas. Os indivíduos (...) seguiam as regras sociais cegamente, de forma mecânica e podiam se manter autônomos e independentes em relação a outros grupos. (...) O consenso se manifesta na semelhença entre os indivíduos” (Figueiró, 2001:37).

Já as sociedades industriais apresentam, de acordo com o autor francês, uma outra espécie de solidariedade, a orgânica. Este tipo de solidariedade pode ser assim definido:

“(...) diminuição da consciência coletiva, típica das sociedades capitalistas. A divisão social do trabalho é acelerada e espalhada pelos setores econômicos da sociedade (...). A solidariedade poderia se romper, mas é assegurada pela interdependência dos indivíduos, mantendo, assim, os laços sociais” (Figueiró, 2001:37).

O método de interpretação desenvolvido por Durkheim dá relevante valor ao estudo do que chamou de fatos sociais. O fato social é definido por ele como:

“(...) toda maneira de fazer, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, ou então que é geral em toda a extensão de uma dada sociedade, embora tenha existência própria, independente de suas manifestações individuais” (Durkheim apud Figueiró, 2001:39).

Para vários autores Durkheim é o fundador da sociologia. É ele, também, o primeiro sociólogo a promover estudos sistematizados no campo educacional e, por isso mesmo, suas teorias ressaltaram a importância da escola como instituição social.
Como educação ele entende a prática cotidiana e permanente das gerações mais velhas para as gerações mais novas. Tanto na formalidade da instituição escolar quanto na informalidade familiar acontece o ato educativo. Educar, portanto, é uma ação ininterrupta que acontece em todos os momentos da vida.
Já a pedagogia tem, para Durkheim, um sentido de sistematização teórica que objetiva a prática educativa. O pensador dá para a pedagogia a finalidade não apenas de compreender a educação, mas também de apontar caminhos para o ato de educar. “Seu objetivo (o da pedagogia) não é o de descrever ou explicar o que é ou o que tem sido, mas de determinar o que deve ser” (Durkheim apud Figueiró, 2001:41), afirma Durkheim.
Durkheim ressalta a importância da sociologia na educação. Para ele, há uma interação significativa ente escola e sociedade. A escola seria um reflexo das relações sociais postas. Nesta lógica, quanto mais se compreende os mecanismos da sociedade, mais se pode conhecer esse pequeno universo chamado escola.

MARX E A NEGAÇÃO DO CAPITALISMO


Ao contrário do pensador francês Émille Durkheim, a produção teórica do alemão Karl Marx (1818-83) tinha como base a negação do capitalismo. Mas além da crítica à sociedade, pretendia uma ação para transformar as relações sociais postas. Marx, inclusive, marca uma ruptura no pensamento filosófico ocidental.  Para ele, até então os filósofos sempre tinham tentado interpretar o mundo, ao invés de modificá-lo. Marx vai na contramão deste conceito de pura e simples interpretação das coisas e propõe uma ação sobre a realidade. “O pensamento de Marx tem, portanto, um objetivo prático e político” (Gaarder, 2000:418).
Outra grande diferença entre Marx e Durkheim é que o primeiro não concebia a sociedade como algo exterior ao indivíduo e que portanto tem uma vida própria que pudesse ser estudada e analisada separadamente. Para Karl Marx, as relações sociais eram históricas, isto é, fruto das relações de mulheres e homens e destes com a natureza.
Marx desenvolve estudos importantes sobre o trabalho. Trabalho entendido como o agir humano sobre a natureza para produzir sua sobrevivência. A partir daí vai se deter numa aprofundada análise da sociedade capitalista. Da Alemanha para a França e desta para a Inglaterra[1], Karl Marx e o companheiro inseparável Friedrich Engels dissecam a sociedade em que vivem esse propõem a compreender fenômenos e a conceituar elementos importantes dessa sociedade. Entre eles o trabalho assalariado, a força de trabalho, a mais valia, a propriedade privada dos meios de produção, as contradições próprias da relação capitalista (como o antagonismo entre duas classes principais, burgueses e proletários, e as crises cíclicas do capitalismo), a produção não planejada, miséria de amplos setores da sociedade, esgotamento dos recursos naturais e diversos outros.
Pensador militante, propunha o fim da sociedade de classe. Foi um dos fundadores da 1ª Internacional Comunista – a primeira grande organização dos trabalhadores em nível mundial com vistas à uma revolução social. Propunha ainda uma sociedade onde os meios de produção (fábricas, comércios e propriedades agrícolas) fossem coletivos. Para isso, seria necessário um estágio de tomada de poder por parte dos trabalhadores, chamado de sociedade socialista.
São contundentes as palavras finais do documento público produzido pela 1ª Internacional – intitulado Manifesto Comunista – e cuja redação coube a Marx e Engels:

“Os comunistas não se rebaixam a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à idéia de uma revolução comunista! Os proletários não têm a perder a não ser suas cadeias. Têm um mundo a ganhar. Proletários de todos os países, uni-vos! (Marx e Engels, 1990: 64).

Como não se pode falar de Durkheim sem falar dos positivistas, não é possível entender o pensamento de Marx sem conhecer a dialética do também alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel.
A diferença que Marx vai estabelecer em relação a Hegel é que este último era idealista e o primeiro materialista. Ou seja, para Hegel eram os homens e mulheres, através de sua forma de pensar e ver as coisas, que influenciavam determinantemente o mundo real. Marx, mesmo utilizando todas as categorias da dialética, inverte o pensamento hegeliano e diz justamente o contrário: são as condições materiais que vão determinar a forma de pensar e agir de homens e mulheres.
Marx, porém, não negava que o pensamento pudesse influenciar as relações concretas e sociais da humanidade. Mas afirmava que, em última instância, prevalecem as condições materiais como determinantes das condições espirituais. É por isto que o pensamento de Marx é chamado de materialista dialético e histórico.
Para viver sob determinada relação social de produção e justificar o modo de produção vigente, mulheres e homens criam regras e normas (um corpo jurídico), definem como vão organizar, distribuir e hierarquizar o poder (uma forma política) e constroem maneiras de pensar e agir muito particular e diretamente relacionadas ao modo de produção a que pertencem (a religião, a moral, a arte, a filosofia...). A este conjunto Marx chamou de superestrutura da sociedade.
Em suma, a estrutura econômica é que determina em última instância a superestrutura. Marx, entretanto, admite uma inter-relação de influências entre essas duas camadas, escapando assim do erro do determinismo econômico.
Marx afirmava ainda que o capitalismo trazia suas próprias contradições internas. O germe de sua destruição, como qualificou. Uma dessas contradições seria o antagonismo e a relação inconciliável entre duas importantes e fundamentais classes deste modo de produção: os burgueses, proprietários dos meios de produção, e os trabalhadores, homens livres cuja única coisa que possuem é sua força de trabalho que vendem ao burguês[2]. Como são os burgueses quem detêm a hegemonia do poder econômico, vão controlar também o poder político e tanto as leis quanto o imaginário social tendem a manter e justificar a ordem de relações postas na sociedade. Quando as formas jurídicas e políticas, bem como instituições de reprodução da ideologia (as escolas, as igrejas etc.) não representam mais a forma econômica da sociedade, segundo Marx, abre-se um período de crise e de revoluções sociais.
A natureza deste trabalho não permite a dissertação sobre conceitos como equivalência, trabalho assalariado, mais-valia, exploração da força de trabalho e outros, tão fundamentais para a compreensão da crítica que Marx faz do capitalismo. Porém, é possível dizer que seus estudos vão além das formas aparentes que este modo social de produção se apresenta e trazem à tona os mecanismos de concentração de riquezas, criação do que chamou de uma “falsa consciência social” e de alienação da classe subjugada nesta relação (os trabalhadores). Por propor um engajamento do pensador com a transformação social, é que Karl Marx não se limitou apenas a interpretar ou “reformar” a sociedade. Mais do que um grande estudioso do capitalismo, foi também seu ferrenho opositor.
Ao contrário de Durkheim, Marx não produziu estudos sistematizados sobre a educação e a escola. As referências que faz ao processo educativo e à instituição escolar estão dispersas em suas obras. E nem poderia ser diferente. Seu objeto de estudo era a sociedade capitalista em toda a sua riqueza de complexidades e relações, com o claro objetivo da transformação social. O próprio método de análise utilizado por Marx o levava a entender a sociedade como um todo constituído de inúmeras partes em relacionamento recíproco e constante transformação. Por isso, não concebia o estudo de qualquer uma dessas partes isoladamente, sem a influência de outras.
Pode-se entender que Marx não reconhecia a escola como instrumento que pudesse contribuir para a desalienação da classe trabalhadora e para a revolução social. Por outro lado, Marx levava em conta a importância do papel da educação na transformação social. Esta aparente contradição pode ser detectada na seguinte argumentação:

“(...) de um lado, é preciso que as circunstâncias sociais mudem para que se estabeleça um sistema adequado de educação, mas, de outro lado, é necessário um sistema educacional adequado para produzir-se a mudança das circunstâncias sociais” (Marx Apud Canella, 2001:77).

Talvez essa relativização das afirmações de Marx possam ser interpretadas a partir do fato dele não se referir diretamente à instituição escolar, mas sim a um processo mais amplo de socialização do conhecimento.
Tira-se, ainda, dos escritos de Marx, sua forma de entender como deveria ser a escola:

“A escola não pode deixar de se configurar a não ser como processo educativo em que coincidem a ciência e o trabalho; uma ciência não meramente especulativa, mas operativa, porque, sendo operativa, reflete a essência do homem, sua capacidade de domínio sobre a natureza; um trabalho não destinado a adquirir habilidades parciais do tipo artesanal, porém o mais articulado possível, pelo menos em perspectiva, à tecnologia da fábrica, a mais moderna forma de produção” (Marx apud Figueiró, 2001:51).

A perspectiva da educação, em Marx, parece indicar para uma formação que busque o desenvolvimento completo do ser humano. Uma formação do ser onilateral. Na leitura de Mário Alighiero Manacorda essa onilateralidade pode ser definida como:

“A chegada histórica do homem a uma totalidade de capacidades produtivas e, ao mesmo tempo, a uma totalidade de capacidades de consumo de prazer, em que se deve considerar sobretudo o gozo daqueles bens espirituais, além dos materiais, e dos quais os trabalhadores têm estado excluídos em conseqüência da divisão do trabalho” (Manacorda apud Figueiró, 2001:51).

Karl Marx jamais teve a pretensão de empreender uma análise puramente sociológica da realidade. E nem poderia ser diferente. Suas premissas teóricas, calcadas no materialismo histórico e dialético, o levam a compreender a realidade como a totalidade de fatores que se relacionam e mantêm uma interdependência entre si. Vale aqui emprestar a crítica que o argentino Atílio Boron faz aos que, segundo ele, tentam fragmentar as análises de Marx e, assim, as converterem em análises autônomas “suscetíveis de serem compreendidas e explicadas por uma disciplina especializada”:

“Assim como não há uma teoria econômica do capitalismo em Marx tampouco existe uma ‘teoria sociológica’ da sociedade burguesa. O que existe é um corpus teórico que unifica diversas perspectivas de análise sobre a sociedade contemporânea” (Boron, 1997:107).

Portanto, quando falamos em uma “teoria sociológica” de Marx devemos levar em conta que se trata, apenas, de uma distinção puramente de caráter analítico, cuja intenção é facilitar a compreensão de um fenômeno específico, sem esquecer que “nenhum aspecto ou dimensão da realidade social pode ser compreendido à margem – ou com independência – da totalidade na qual se constitui” (Boron, 1997:106).

WEBER E A SOCIOLOGIA COMPREENSIVA


Se Émille Durkheim e Karl Marx propunham um estudo da sociedade para, em maior ou menor grau, interferir nela (o primeiro para mantê-la e o segundo para transformá-la radicalmente), o alemão Max Weber (1864-1920) promoveu suas análises limitando-se à compreensão das relações sociais. Seu próprio conceito de sociologia admitia esse aspecto puramente interpretativo:

“Chamamos de sociologia (...) uma ciência cujo objetivo é compreender pela interpretação a atividade social, para, em seguida explicar causalmente o desenvolvimento e os efeitos dessa atividade” (Weber apud Freund, 1987:71).

Como para Max Weber o papel dos indivíduos era relevante nas relações estabelecidas na sociedade, ele procura compreender qual o sentido que o ator ou os atores sociais atribuem às suas condutas. Afirmava, ainda, que a realidade é algo extremamente complexo. Somente seria possível conhecer fragmentos dessa realidade e, por isso, “cada cientista vai dar um enfoque diferenciado a partir do recorte feito” (Figueiró, 2001:57) dessa realidade. Chama-se a corrente de pensamento de Weber de Sociologia Compreensiva.
O objetivo de Max Weber foi estudar a sociedade capitalista. Ressaltou dois aspectos fundamentais no capitalismo: a racionalidade e a burocratização extremas. Sua crítica foi ferrenha à burocratização. O fato de uma elite se perpetuar no poder e deter o controle do Estado estaria ligado a uma institucionalização da sociedade, que radicalizava a burocracia e a hierarquização. Ou seja, sua preocupação era “com a burocracia enquanto estratégia de dominação” (Canella, 2001:89).
O objeto de estudo de Weber foi a ação social ou atividade social. O próprio Weber traduz atividade social como:

“(...) um comportamento humano (pouco importa que se trate de um ato exterior ou interior, de uma omissão ou de uma tolerância), sempre que o agente ou os agentes lhe comunicam um sentido subjetivo” (Weber apud Freund, 1987:78).
Ou ainda:

“Por atividade social entendemos a que, segundo o sentido visado, o agente ou os agentes relacionam com o comportamento de outrem para orientar, em conseqüência, seu desenvolvimento” (Weber apud Freund, 1987:78).

Portanto, as ações ou atividades sociais são dotadas de intenções por parte de seus autores. E a ação vai se tornar social quando o ator ou os atores sociais levam em consideração a reação de outros indivíduos. Weber classifica como relação social o fato do sentido de uma ação social ser compartilhado por outras pessoas que não seus autores.
Tenta fugir, Weber, da irresistível tendência a aplicar “juízos de valores” quando se analisa um fato social. Propôs uma objetividade de análise, como explica Julien Freund:

“Encontramos no centro de sua sociologia a noção de atividade social, não para avaliar ou apreciar as estruturas no sentido em que podem ser boas ou más, oportunas ou inoportunas, porém, para compreender o mais objetivamente possível como os homens avaliam, a apreciam, utilizam, criam e destroem as diversas relações sociais” (Freund, 1987:68).


Weber dá, também, importância fundamental à pesquisa histórica porque para ele a vontade e o sentido dado às atividades e às relações sociais são construídos histórica e socialmente. “É somente a partir da análise do contexto histórico-social de cada indivíduo que se pode compreender a realidade social” (Figueiró, 2001:58).Para facilitar sua compreensão da realidade, Weber cria um instrumento de análise. Ele chama a esse instrumento de tipo ideal. Como nenhuma ciência é capaz de absorver o sentido real e completo dos fenômenos, ele propõe uma abstração teórica que possibilitaria ao pesquisador se aproximar do fato real criando um modelo ideal.

Julien Freund justifica a lógica de pensamento de Max Weber e a necessidade da criação desse instrumento com os seguintes e básicos argumentos: 


“(...) Weber rejeita a concepção antiga da ciência no sentido em que esta esteja em condições de alcançar a substância das coisas para reuní-las em um sistema completo, que seja o pensamento fiel de toda a realidade. A seu ver, nenhum sistema é capaz de reproduzir integralmente a diversidade intensiva de um fenômeno particular. Em suma, não existe conhecimento não-hipotético” (Freund, 1987:48).


E, em seguida, explica o tipo ideal:

“O tipo ideal é um outro momento da seleção que fazem o historiador e o sociólogo, por abordarem necessariamente o real a partir de certos pontos de vista em função da relação com os valores. Entretanto, esta apenas orienta o trabalho, elimina o que pode ser desprezado; não confere ainda rigor conceitual à questão estudada. Esse é o papel do tipo ideal” (Freund, 1987:48-49).


Daí, que o tipo ideal não pretende ser o reflexo da realidade assim como ela o é – o que para Weber não é possível de acontecer. É, sim, um instrumento que possibilita tão apenas uma sistematização a priori que cria categorias onde o pesquisador pode “encaixar” os fenômenos estudados para facilitar sua compreensão.
Levando em conta a racionalização cada vez maior do pensamento humano na sociedade capitalista, olhando para as atividades sociais e utilizando o seu instrumento de análise, Weber constrói quatro tipos ideais de ações: a atividade racional por finalidade (caracterizada pela intenção do indivíduo ou grupo em atingir objetivos anteriormente estabelecidos); atividade racional por valor (ação do indivíduo baseada nas convicções e em princípios do ator social, sem levar em conta as conseqüências presumidas); atividade afetiva (determinada por ações emotivas ou de ordem instintiva); e atividade tradicional (que tem como base ações orientadas em costumes ou hábitos tradicionais).
Utilizando esse instrumental, Weber conclui que a existência da sociedade é possível porque nas relações cotidianas homens e mulheres praticam uma espécie de negociação dessas ações. Por isso, para ele, a sociedade não é algo externo ao indivíduo nem tampouco tem vida própria. As relações sociais são vividas tendo como temas interesses particulares (individuais ou de grupos), conflitos e dominações.
Weber, ao ressaltar a burocracia na sociedade capitalista, preocupou-se, em especial, “com a burocracia enquanto estratégia de dominação” (Canella, 2001:89). Concluiu que a base da organização social seria a dominação. Ou, olhando por outro ângulo, a submissão de um grupo a um mandato.
Para tentar compreender melhor como se dá a dominação através da burocratização, utilizou novamente os tipos ideais como instrumento de análise. Criou, então, três categorias para facilitar essa compreensão, a que ele chama de tipos puros de dominação legítima.
Uma destas categorias é a dominação racional (legal). É caracterizada pela obediência às leis e normas criadas na sociedade. A dominação tradicional tem como base a obediência a valores e costumes tradicionais. Já a dominação carismática tem seu fundamento na confiança e na valorização de dotes intelectuais, capacidade de comunicação ou em características consideradas místicas ou mágicas de uma personagem.
É por isso que Weber é considerado um pesquisador extremamente metódico. Mesmo afirmando que a realidade, em sua totalidade, é de difícil ou impossível compreensão, procura colocar cada fenômeno estudado dentro de uma categoria previamente estabelecida.
Max Weber caracterizou a escola como instituição de dominação. De novo, aqui, vai buscar nos tipos ideais um instrumento para entender a instituição escolar. Tentou achar, inclusive, uma inter-relação entre os tipos ideais de dominação e os tipos ideais de educação.
           

BIBLIOGRAFIA


BORON, Atílio. Friedrich Engel e a teoria marxista da política. In: Revista Práxis, nº 09, Ano IV, Julho-Agosto-Setembro/1997.
CANELLA, Francisco e outros. Sociologia: Educação à Distância–Caderno Pedagógico 1. Florianópolis: UDESC, 2001.
FIGUEIRÓ, Ana Lúcia e outros. Sociologia: Educação à Distância-Caderno Pedagógico 1. Florianópolis: UDESC, 2001.
FREUND, Julien. Sociologia de Max Weber. Rio de Janeiro: Fonte Universitária, 1987.
GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia. São Paulo: Schwarcz, 2000.
MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista. São Paulo: CPV, 1990.
TRAGTENBERG, Maurício. Sobre Educação, Política e Sindicalismo. São Paulo: Cortez Editora, 1990.


[1] País que apresentava o maior desenvolvimento capitalista da época, que, por isso mesmo, proporcionou a Marx uma riqueza de elementos para o estudo das relações sociais de produção.
[2] A burguesia não forjou somente as armas que lhe darão morte; produziu também os homens que manejarão essas armas – os operários modernos, os proletários.


TECNOLOGIAS AVANÇADAS EM EDUCAÇÃO (QUALIDADE DE VIDA NO ENSINO)

Noeli de Fátima Kusman 
NTE  Curitiba  CETEPAR 
noeli@professor.mailbr.com.br 
Marco Antonio Amaral 
NTE  Cornélio Procópio 
marcorall@mailbr.com.br 

RESUMO:
O presente trabalho teve como objetivo capacitar alunos na utilização do software Office 
97 para que pudessem atuar como alunos-monitores nos laboratórios de informática em 
ambientes educacionais.  
Através deste projeto piloto procurou-se sobretudo integrar alunos da rede pública de 
ensino estadual de diferentes escolas para que desenvolvessem atividades no software 
referido (conforme indicação dos programas PROINFO E PROEM para as máquinas 
destinadas às escolas estaduais) assim, priorizando-se a utilização pedagógica. 
A capacitação destes alunos contribuiu substancialmente para a integração das escolas 
envolvidas e para a efetiva construção de um trabalho colaborativo, onde a utilização do 
computador passou a ser mais uma ferramenta disponibilizada para o enriquecimento da 
prática didático-pedagógica. 
As escolas C. E. Ivo Leão EFM  - CIC e C.E Pedro Macedo EFM  - Portão, ambas da 
cidade de Curitiba, participantes deste projeto foram selecionadas por afinidade e total 
colaboração da direção.  
Os alunos integrantes do projeto  no total de nove (9) com idade entre 15 e 16 anos todos 
do ensino médio, sendo 5 do Colégio Estadual Ivo Leão e 4 do Colégio Estadual Pedro 
Macedo, foram indicados pelos respectivos diretores pelo conhecimento na 
operacionalização básica da ferramenta e facilidade de comunicação interpessoal. 
O desenvolvimento deste projeto teve início no mês de agosto de 1999 com dois 
encontros semanais no laboratório de informática do NTE-CURITIBA-CETEPAR (Núcleo 
de Tecnologia Educacional) o que possibilitou aos alunos-monitores utilizarem os 
aplicativos do Office97 para: elaborarem um texto, criarem histórias em quadrinhos, 
efetuarem pesquisas na Internet, criarem folders, banners, cartão de visita e a construção 
de uma Home Page (Front Page Express); para verificar a aplicabilidade das atividades, 
os alunos elaboraram e aplicaram uma aula na disciplina de maior afinidade no colégio de 
origem. 
Como recursos tradicionais foram utilizados livros, revistas além de outros materiais de 
consulta. 

Recursos audiovisuais a utilizar na apresentação: 
Datashow, retro-projetor, Vídeo e TV. 

PALAVRAS CHAVE: 
·   Aluno-monitor; 
·   Novas Tecnologias Educacionais; 
·   Integração entre escolas. 
·   Tecnologias Avançadas em Educação.  

INTRODUÇÃO:  
O desenvolvimento científico e tecnológico mundial interfere diretamente nos paradigmas 
educacionais, produzindo alterações na educação com a efetivação de metodologias que 
se apropriem do uso de tecnologias. 
Com a utilização dessas tecnologias surge a necessidade da melhora em desempenho e 
qualidade da educação, em especial a dos níveis médio e superior é notória, em face do 
avanço dos padrões tecnológicos e organizacionais do mundo, do trabalho e das relações 
sociais. Esse desempenho reflete sobremaneira na metodologia adotada pelo professor. 
Percebeu-se a insatisfação dos alunos na forma como os conteúdos são ministrados, o 
que nos levou a muitos questionamentos e ao desejo de proporcionar uma mudança na 
prática pedagógica do professor em sala de aula. Foi através de relatos dos próprios 
alunos de como gostariam que essa ou aquela disciplina fosse repassada, que buscou-se 
uma alternativa. 
Baseado nesses relatos surgiu a idéia de desenvolver um projeto para integrar alunos da 
rede pública estadual, cuja idéia principal é a capacitação destes alunos para que atuem 
como monitores utilizando-se do software Office97 pedagogicamente e a  integração com 
outras escolas num trabalho colaborativo que possa representar segundo LITWIN: 
"A contribuição para a aprendizagem desde uma perspectiva inovadora, isto é, 
que favoreça a participação solidária  entre os alunos; possibilite a pesquisa, a 
aprendizagem por descoberta e a recriação dos conhecimentos; apresente uma 
visão integradora em sua concepção, e propicie o tratamento interdisciplinar dos 
temas do currículo." (1997, P. 90) ,o que pode ser feito utilizando-se do computador 
como ferramenta pedagógica e incentivo para a utilização das novas tecnologias para o 
enriquecimento e a mudança na prática didático-pedagógica do professor em sala de 
aula. 
Para dar início ao projeto escolheu-se duas escolas estaduais: Colégio Estadual Ivo Leão 
EFM do bairro CIC e Colégio Estadual Pedro Macedo EFM do bairro Portão, ambas da 
cidade de Curitiba. As escolas participantes foram convidadas por afinidade com total 
disponibilidade dos diretores em desenvolverem os trabalhos tendo a  finalidade de 
melhorar a qualidade de ensino na escola pública. Estas escolas contam com laboratórios 
de informática provenientes dos programas PROEM e PROINFO montados e em 
funcionamento. Os alunos foram indicados pelos diretores para participar do projeto, pelo  
seu conhecimento na operacionalização básica da ferramenta e facilidade de 
comunicação interpessoal. 
Os educandos iniciaram as atividades utilizando-se de software básicos como:  Editor de 
textos  - Word, Planilha eletrônica  - Excel, Software de apresentação  - Power Point ,o 
Paint e o Front Page Express sempre elaborando, construindo e aplicando atividades na 
forma interdisciplinar,  oportunizando aos estabelecimentos envolvidos mudanças em 
suas práticas pedagógicas, bem como dando um novo enfoque na aplicação da grade 
curricular como processo de ensino-aprendizagem. 

OBJETIVO GERAL: 
Formação de alunos tornando-os monitores, e a integração de escolas para um trabalho 
colaborativo e interdisciplinar. 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 
·   Capacitar alunos para atuarem como alunos-monitores nos laboratórios de informática 
da escola utilizando como ferramenta os software do Office 97 a fim de que o 
computador seja mais uma ferramenta no processo ensino-aprendizagem;  
·   Construir uma Home Page para intercâmbio entre os estabelecimentos de ensino 
onde possam publicar seus trabalhos;  
·   Incentivar a participação dos alunos no processo ensino-aprendizagem; 
·   Explorar as capacidades criativas inerentes ao ser humano. 
·   Melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem. 
·   Provocar mudanças na atuação do professor, superando o papel de transmissor de 
conhecimento, e auxiliando a construção do papel de gestor do processo de 
aprendizagem. 

JUSTIFICATIVA: 
A sociedade tem exigido mudanças no aprimoramento  dos professores, pelo fato de 
estarem inseridos em uma instituição educacional a qual pertence à comunidade.Com o 
intuito de situar as exigências do mercado atual frente o processo de globalização, 
elucidando assim a necessidade do professor adotar em sua prática pedagógica os 
recursos tecnológicos disponíveis para a execução de suas atividades e buscar 
informações atualizadas a serem transmitidas aos alunos, visando a melhoria na 
qualidade do ensino. 
As mudanças nos paradigmas educacionais se faz por pioneiros que devem ter em mente 
que o que parece ser impossível hoje, poderá ser o padrão de amanhã e, todos nós como 
cidadãos, mas principalmente como professores e educadores temos a chance de sermos 
pioneiros em nossas áreas de atuação, pois temos a oportunidade única de trabalhar com 
as novas gerações, estas que incorporarão os novos paradigmas como desafios naturais 
em seu desenvolvimento na construção do saber. 
Este pioneirismo ocorre no momento em que os alunos se encontram predispostos a 
atuarem como alunos-monitores, se capacitando, elaborando e aplicando atividades em 
ambientes informatizados sobretudo se utilizando das novas tecnologias disponíveis no 
mercado. 
A tecnologia está presente em todas ações de nosso cotidiano e precisa ser utilizada para 
cumprir sua função. Para Colom Cañellas (1994) citado por LION em Tecnologia 
Educacional: 
"A tecnologia, [...] desempenhará um papel diferente do desenvolvido até 
o presente. Parece estar aí para propiciar o desenvolvimento de  
possibilidades individuais [...] utilizando  a informática o homem alcança 
novas possibilidades e estilos de pensamento inovador jamais postos em 
prática, o que quer dizer que o ambiente organizador, em vez de 
alienação, procura novas perspectivas e reatualização das múltiplas 
capacidades mentais que possui o homem... A tecnologia vai 
transformando também nossas mentes porque de alguma maneira temos 
acesso aos dados, mudamos nosso modelo mental da realidade e nossa 
representação do mundo, já que chegamos a mais informação [...] Os 
integrados entendem  a tecnologia como neutra, objetiva, positiva em si 
mesma e científica. Incorporá-la é sinônimo de progresso. De qualquer 
forma nos ensinam a resgatar as possibilidades, as virtudes e o vigor da 
tecnologia." 
Urge portanto que este progresso se viabilize através da inserção das novas tecnologias 
na sala de aula, através da capacitação de alunos-monitores sem, no entanto, deixar de lado as tecnologias tradicionais (giz, quadro-negro, flip sharts, fitas de vídeo, televisão, 
jornais, revistas, livro didático, etc.), estas que nos serviram tanto e tão bem e ainda nos 
são muito úteis. 

DESENVOLVIMENTO: 
As atitudes da atual sociedade nos impõem exigências que refletem na escola que, por 
sua vez, deve passar por uma rápida adaptação e interação com o meio, o que nos 
impele a repensar os novos paradigmas da educação, a inserir novas práticas curriculares 
e metodologias inovadoras para fazer frente a essas tecnologias que envolvem o mundo 
globalizado. 
Que integração e socialização maior nos é disponibilizada pelos novos paradigmas da 
Educação do que o desenvolvimento das atividades em ambientes informatizados? 
Nesse sentido encontramos nos ambientes informatizados o computador com uma 
variada gama de software aplicativos que permitem a execução de diversas tarefas tais 
como: elaboração de documentos com textos, editoração artística, construção de gráficos,  
tabelas, resolução de sistemas de equações, de matrizes, operações matemáticas, 
importação de gráficos, cálculos algébricos, estatísticos e outros. 
Sandholtz, Ringstaff e Dwyer  em LITWIN (1997, p. 82/91) nos relata uma experiência 
americana; o projeto ACOT, segundo o qual visava a inserção de alunos especialistas 
(monitores) na sala de aula: 
 “ Inicialmente professores (embora alguns experientes não se sentissem a 
vontade) e alunos tiveram que aprender a usar uma grande quantidade de 
tecnologia. Primeiramente, o papel dos alunos como  ‘ professor’  foi 
esporádico, espontâneo  e não estruturado. Ao invés de ficarem sentados 
em silêncio, esperando que seu professor os ajuda-se com a tecnologia, 
começaram a tomar iniciativa e a pedir ajuda uns aos outros ou a se 
apresentar como voluntários para dar informações a seus colegas. Os 
professores observaram que se eles ensinavam um ou dois alunos como 
fazer algo no computador, o restante da classe não precisaria de 
instruções do professor, porque já haviam aprendido informalmente de 
seus colegas. Assim passaram a aproveitar o conhecimento tecnológico 
dos alunos de maneira mais formal, ao invés de confiar no sistema de 
transmissão ‘ de boca em boca’ em sala de aula. Pesquisas indicam que o 
aumento da interação entre colegas e da colaboração entre os alunos traz 
muitos benefícios. 
A interação entre colegas e a colaboração entre alunos foram 
amplamente investigadas concluindo-se que os sistemas formalizados de 
instrução por colegas e colaboração variam: uma abordagem forma 
duplas de alunos experientes com alunos relativamente sem experiência  
(Dedicott, 1986); uma outra combina alunos relativamente sem 
experiência que tem aproximadamente o mesmo nível de competência     
(Ames e Murray, 1982); e uma outra divide  as crianças em equipes 
heterogêneas de cinco ou seis que trabalham na tarefa individualmente e 
juntas (Slavin, 1983). Concluíram ainda que há um melhor aproveitamento 
escolar em várias áreas, como redação (Reed, 1990), raciocínio 
matemático e espacial (Phelps e Damon, 1989), leitura (Atherley,1989) e 
língua estrangeira (Chesterfield e Chesterfield, 1985). Concluiu-se 
também, que a aprendizagem entre colegas aumenta a auto-estima e o status social dos alunos (Maheady e Sainato, 1985), bem como sua 
motivação e auto orientação (Land, 1984) “  
Tendo em vista o relato teve início, o desenvolvimento do projeto “ Qualidade vida no 
ensino”  no mês de agosto de 1999 com dois encontros semanais num total de 20. 
Inicialmente fora feita uma sondagem nos alunos para se ter noção do aplicativo de 
domínio de cada um, posteriormente de posse dessas informações buscou-se aliar o 
aplicativo com as disciplinas de maior afinidade (Biologia, Inglês, Matemática, História, 
Geografia, Física, etc.) cuja finalidade era melhorar a qualidade do ensino  em cada 
estabelecimento consultado. 
Logo após esta abordagem, os alunos resolveram:  
·   elaborar um texto integrando disciplina X ferramenta; 
·   criar histórias em quadrinhos utilizando o Word e o Paint; 
·   pesquisar na Internet os seguintes temas: a educação atual, globalização, novas 
profissões, Brasil, mundo, qualidade de vida, entre outros. 
Planejou-se e construiu-se uma maquete, cuja finalidade fora a de sensibilizar a 
sociedade para uma melhor qualidade de vida demonstrando os conteúdos curriculares 
aplicados no plano material, que estão presentes no cotidiano do aluno e que também 
podem ser elaborados e trabalhados no computador, conforme o tema gerador. A fim de 
divulgar  o projeto os alunos criaram folders, banners e cartão de visitas, também 
elaboraram e construíram uma Home Page (w.w.w.angelfire.com/nt/ntevida), para que 
fossem disponibilizados todos os trabalhos feitos, as apresentações, fotos e resumos das 
disciplinas  com seus tópicos desenvolvidos. Para vivenciar na prática a função de 
monitores de laboratórios de informática os alunos elaboraram uma aula, cada um na 
disciplina de sua preferência e aplicaram-na no colégio de origem, o que se pôde 
constatar pelas atividades apresentadas sem a utilização momentânea do computador, 
para exemplificar que a máquina é apenas mais um recurso didático no processo da 
construção do conhecimento e que jamais substituirá o professor em sala de aula. 
Tem-se presente que o computador, comparado ao professor, construtor do 
conhecimento, sempre estará em desvantagem, pois repassar informações escritas em 
um livro didático qualquer um pode, mas ensinar nem todos conseguem, e isso influi na 
qualidade do conhecimento adquirido pelo aluno. 
Através de conteúdos escolhidos dentro do planejamento curricular os alunos-monitores 
apresentaram aos demais parceiros formas diversificadas de trabalhar estes mesmos 
conteúdos com software específicos do Office97 enriquecendo assim a metodologia da 
prática pedagógica interdisciplinar no computador e em maquete, sem esquecer as 
demais tecnologias. 
Sabe-se  que as tecnologias tradicionais como giz, quadro-negro, flip sharts, vídeo, 
programas gravados da televisão, revistas, jornais, material concreto, livro  didático e 
tantas outras continuam presentes e não devem ser abandonadas, pois significam 
enriquecimento da prática pedagógica do professor.  
Considerou-se também que as expectativas de cada professor e também o receio de 
trabalhar os conteúdos de suas disciplinas com o auxílio do computador repercute na 
mudança da prática pedagógica.  Os professores devem ser motivados a se tornar 
intelectuais transformadores, onde combinam a reflexão e prática acadêmica a serviço da 
educação dos estudantes para que sejam  cidadãos reflexivos e ativos. Pois,  "quem 
ensina carece pesquisar; quem pesquisa carece ensinar. Professor que apenas 
ensina jamais o foi. Pesquisador que só pesquisa é elitista explorador, privilegiado 
e acomodado". (DEMO, 1997, p.14) Professores podem buscar a integração do uso dos computadores dentro do domínio das 
suas disciplinas, de forma que muitos dos objetivos da alfabetização em computação 
possam ser atingidos sem a necessidade de um curso separado. 
Compreendeu-se que os alunos-monitores tem como  uma das funções, auxiliar os 
professores a vencer as barreiras desse novo paradigma que é a utilização do 
computador, essa máquina tão mística para alguns. Só se aprende a fazer fazendo. 
No desenvolvimento do projeto foi elaborada e aplicada uma enquete: "Como você 
gostaria que fosse nosso colégio?", onde, por amostragem, uma turma de cada série de 
cada turno respondeu esta pesquisa. O resultado fora surpreendente, as sugestões as 
mais diversificadas possíveis. Os alunos ao responderem esta pesquisa, realmente se 
empenharam em fazer dela um veículo de comunicação e expressão de suas idéias. Os 
resultados obtidos foram organizados em gráficos, e os dados plotados em planilha 
eletrônica do MS Excel.  
Após desenvolvido o projeto, efetuou-se uma avaliação do processo pelos diretores das 
escolas envolvidas, os quais se comprometeram a implementar as inovações sugeridas 
pelos alunos conforme resultado da pesquisa realizada em seus respectivos 
estabelecimentos. Devido aos resultados da pesquisa, as expectativas levantadas pelos 
alunos e pela apresentação do projeto no V Encontro Nacional do PROINFO realizado em 
Faxinal do Céu no período de 08 a 12 de novembro de 1999 e, no Workshop da Oficina 
de Projetos promovido pelo NTE-Curitiba-CETEPAR de 29 a 30 de novembro de 1999, 
constatou-se que houve um estreitamento no relacionamento entre direção e alunos. 
A avaliação deste processo foi diagnóstica, abordou o aprender a aprender (de Pedro 
Demo), o ensino com pesquisa, o desenvolvimento cognitivo e o afetivo, visando sempre 
o trabalho colaborativo e a  parceria nas atividades. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
Acreditamos que o desenvolvimento deste trabalho possibilitou e possibilitará auxiliar no 
processo de implantação das novas tecnologias nas escolas e que é possível instigar os 
educadores a buscarem um paradigma emergente para sua prática pedagógica. Nesta 
caminhada de reconstrução da docência que possa vir a atender as exigências da 
sociedade do conhecimento, em especial a utilização do computador como ferramenta a 
serviço das novas metodologias educacionais. 
Os alunos inicialmente tímidos e retraídos, com receio de expor suas idéias, se tornaram 
inquisidores, críticos e sem medo de colocar suas opiniões aos professores e diretores. 
Com este incentivo do aprender a aprender os alunos se revelaram grandes 
pesquisadores e muito criativos. 
Assim, a busca pela integração dos educandos da rede pública de ensino estadual para 
atuarem como  alunos-monitores nos laboratórios de informática dos estabelecimentos 
onde estudam, terá alcançado  sua real finalidade quando educadores e sociedade 
compreenderem que para aprender é necessário disponibilizar os diversos recursos 
tecnológicos presentes em nossas comunidades, partindo para uma conquista do 
compartilhamento do aprender pela pesquisa auxiliando seus parceiros (colegas de 
classe) na construção do conhecimento, ocupando o espaço que lhes cabe na sociedade. 
Bem, a realidade é que a educação está mudando e vai mudar cada vez mais em nossas 
escolas. Digamos que ela é a grande alavanca para a formação do cidadão, o que nos 
resta é dar o impulso para que isso aconteça. 

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARAL,  Marco  Antonio. Software  aplicativos:  como  avaliá-los?  Monografia  
      Apresentada  para  conclusão  da  Especialização  em  Informática na Educação.  
      SEED/CEFET  Curitiba, 1999. 
BEHRENS,  Marilda  Aparecida.  Formação Continuada dos Professores e a Prática  
      Pedagógica. Curitiba: Champagnat,1996. 
DWYER, David C.  Ensinando  com  Tecnologia: criando  salas  de aula centradas nos   
       alunos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 
CHAVES,  Eduardo O C. & SETZER,  Valdemar W.  O  Uso  de  Computadores  em   
     Escolas:  fundamentos  e  críticas. São Paulo: Scipione, 1998. 
DEMO, Pedro.  Educar  pela  Pesquisa.  Campinas: Autores Associados,1997. 
KUSMAN,  Noeli  de  Fátima.  Informática Educativa: Pressupostos para alicerçar uma 
      metodologia  inovadora  no  ensino  da  Química.  Monografia  apresentada  para  
      conclusão  da Especialização  em  Informática  na  Educação.  SEED/CEFET  
      Curitiba,1999. 
LITWIN, Edith.(org.)  Tecnologia  Educacional.  Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 
MACHADO, José  Nilson.  Epistemologia  e Didática. As concepções de conhecimento e  
      inteligência e a prática docente . São Paulo. Cortez. 1995. 
NIQUINI,   Débora   Pinto.   Informática   na    Educação:   implicações  didático- 
    pedagógicos  e  construção do  conhecimento.  Brasília:UNIVERSAUCB,1996. 
PAPERT, Seymour.  A  máquina  das  crianças.  Repensando  a  escola  na  era da   
     informática Trad. Sandra Costa. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. 
SANCHO, Juana M.(org.) Para uma tecnologia educacional trad. Beatriz Affonso Neves  
     Porto Alegre: Artmed,1998 
TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na Educação: professor na atualidade. São Paulo:  
     Ërica,1998  

Ambos os autores se comprometem a apresentar o trabalho no caso de aceitação deste. 

Nome Marco Antonio Amaral  NTE-Cornélio Procópio 
Rua João Cabral de Medeiros, 47 - Cornélio Procópio-Pr. 86300-000  
Fone(res.): (43) 523-7368  
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